Uma História de Cliente: Episódio 1 – O Piloto e o Desastre do Poster AI do Rio
Paul (nome alterado para preservar a privacidade), um piloto comercial apaixonado por viagens, estava sempre à procura de novas formas de trazer os seus destinos favoritos para casa. Afinal, ele já tinha voado sobre as cidades mais famosas do mundo inúmeras vezes. Por isso, quando encontrou um poster vibrante de viagem do Rio de Janeiro num mercado popular, não resistiu. Parecia brilhante, colorido e cheio de vida – exatamente como a cidade.
Quando o poster chegou, Paul desembrulhou-o com entusiasmo e pendurou-o na sua sala de estar. Nos primeiros dias, tudo parecia perfeito. O icónico Pão de Açúcar dominava o fundo, e a cidade estendia-se abaixo numa expansão colorida e movimentada. Mas depois, os seus amigos vieram para um jantar. Foi aí que as coisas começaram a desmoronar-se.
“Sou só eu, ou o Morro do Corcovado… está um pouco demasiado perto do Pão de Açúcar?” perguntou casualmente o seu amigo. Paul olhou novamente e, de facto, o Cristo Redentor, normalmente situado no topo do seu próprio morro, parecia estranhamente apertado entre dois outros picos, como se alguém tivesse ficado sem espaço na tela. “Quer dizer, não sou especialista,” continuou o amigo, “mas da última vez que verifiquei, esses dois estavam a quilómetros de distância.”
Todos riram-se, mas depois o amigo reparou noutra coisa. “Espera, são… barcos acima dos teleféricos?” De facto, havia pequenos veleiros a flutuar estranhamente no céu, suspensos mesmo acima dos famosos teleféricos que sobem ao Pão de Açúcar. Paul estava tão focado na imagem geral que nem tinha reparado na confusão marítima.
À medida que a noite avançava, o “crítico de arte” em cada um dos seus convidados veio ao de cima. Um deles apontou os edifícios em primeiro plano: arranha-céus modernos que não encaixavam bem no típico horizonte do Rio, parecendo algo mais adequado a Dubai do que ao Brasil. “Quando é que construíram aquilo?” brincou alguém.
Mas o ponto alto veio quando o amigo reparou na praia. “Adoro como colocaram surfistas na Copacabana,” disse, mal conseguindo conter o riso. Agora, o Rio é conhecido por muitas coisas, mas surf na Copacabana? Não exatamente.
Foi então que Paul percebeu que tinha comprado um poster que era, sem dúvida, gerado por AI. Não havia maneira de alguém que realmente conhecesse o Rio ter cometido esses erros. Ele tirou o poster, rindo-se de como os detalhes lhe tinham passado despercebidos.
Ansioso por encontrar algo mais autêntico, Paul descobriu MyRetroposter e o trabalho de Alecse, um artista de posters renomado. Dois posters chamaram imediatamente a sua atenção. O primeiro era uma edição limitada, uma de 300 impressões, mostrando uma vista lindamente detalhada da Baía do Rio de Janeiro. Era tudo o que o poster anterior não era – subtil, nostálgico e fiel à cidade que ele conhecia. Mas depois havia Rio Sunset, uma edição de colecionador desenhada por Alecse, limitada a apenas 20 cópias, completa com certificado de autenticidade. As cores vibrantes do pôr do sol e a cuidadosa representação da linha costeira lembraram Paul daqueles momentos durante as suas aproximações ao Rio, o brilho quente do sol projetando longas sombras sobre a baía.
Depois de alguma hesitação entre os dois, o colecionador que há nele não resistiu à raridade de Rio Sunset. Sabendo que seria uma das apenas 20 pessoas a possuir esta obra-prima criada por Alecse, tomou a sua decisão. O poster agora está orgulhosamente pendurado na sua sala, trazendo de volta memórias vívidas daqueles verdadeiros pores do sol dourados que testemunhou a partir da cabine de pilotagem.
Quanto ao poster AI? Foi relegado para uma gaveta, um lembrete divertido do seu breve contacto com a tecnologia que correu mal.
